Lançamento de coletânea de poesias gestadas na pandemia

A poeta e escritora Janete Manacá lança nesta sexta-feira (23), às 19h na Casa Cuiabana, a coletânea de poesias (4 volumes); URGÊNCIA POÉTICA poesia em tempos de incerteza (vol. I), MERGULHO POÉTICO poesia em tempos de dor (vol. II), ACONCHEGO POÉTICO poesia em tempos de reflexão (vol. III) e RENASCIMENTO POÉTICO poesia em tempos de esperança (vol IV). 

As poesias foram produzidas durante todo o ano de 2021, período em que a autora permaneceu reclusa devido a pandemia causada pela covid 19 e o receio de ser contaminada. Cada volume é composto por poesias referentes a um trimestre.

Na apresentação de cada volume, em atenção ao pedido de alguns leitores, ela fala um pouco do seu processo artístico que se revela na simplicidade da infância e as dificuldades encontradas.

“O meu primeiro processo no mundo das artes teve início na arte da superação e da sobrevivência. Começou aos 7 anos quando perdi meu pai; e minha mãe, aos 39 anos, com 5 filhos, o mais velho com 12 anos assumiu com bravura a responsabilidade de nos criar. A vida não foi fácil, mas com a força dela, na direção de todas as decisões, aprendemos a ter fé e confiar. A partir daquele momento, o alimento escasso na mesa do dia a dia para saciar a fome era fruto do nosso trabalho.” (Janete Manacá, Volume II)

Nesses tempos sombrios ela encontrou na poesia uma fiel aliada. Mas ao contrário da autora a poesia voou para centenas de lares do Brasil e outros países, todas as noites do ano de 2021, por meio de áudio via Whatsapp. 
 
 

“Com a sua arte poética de desenhar completudes por meio de palavras, emprestou a sua voz soprano de atriz, que há muito estava guardada entre as flores azuis e brancas, dos ramos dos manacás. Saiu da coxia do seu teatro de devaneios e se colocou concreta e absoluta, a nos brindar com o seu sarau noturno, a declamar em nossos ouvidos, antes mesmo de dormirmos, uma realidade mundial, sentida em seu útero de
poeta-mulher-atriz.” (Carlos Roberto Ferreira Ator, arte-educador-ambiental, Dr. em Educação, prefaciador do volume III)

 

As suas composições poéticas retratam o sentir desde as memórias da infância e também o sentimento de tantas pessoas que atravessaram o seu corpo fragilizado pela dor, o medo, a solidão e a incerteza diante de tantas partidas de amigos, professores e o sofrimentos de inúmeras famílias, pelo mundo. 

“Poemas de Janete se revelam na memória de seus ancestrais, no avental repleto de ervas da anciã, nas emblemáticas camponesas que figuram sua infância, gentis sacerdotisas que ensinam os primeiros passos, os quintais outonais, a fermentação que antecede o alimento, a invocação que celebra a cura, o amor revelado nas miudezas quase imperceptíveis em todos os segundos da vida.” (Maira Jeannyse Atriz e diretora de teatro, prefaciadora do volume I)

Além do lançamento e noite de autógrafos, haverá também um sarau. A abertura do mesmo será em homenagem a Poetisa Marilza Ribeiro que partiu em 2 de fevereiro deste ano e será feita pela atriz Lúcia Palma. Poucos dias antes ela havia escrito a orelha do último volume. “Quando nosso olhar sensível mergulha no rio caudaloso de uma coletânea poética dentro das páginas de um livro, encaramos um universo de palavras, contendo em si emoções e sabedoria! Este livro de Janete Manacá convida-nos a penetrar nos textos mágicos da sua talentosa produção poética e a navegarmos num panorama pleno de símbolos, sentimentos e paisagens da realidade humana vivida por uma mulher – escritora, pensadora e sonhadora, que nos proporciona o prazer de uma leitura forte, intensa, de muita beleza e sabedoria!”  (Marilza Ribeiro, orelha do vol  IV). Em seguida o sarau continua com apresentações de dança do ventre, cigana, flamenca, contemporânea e circular. E ainda, declamações, músicas e outras perfor…

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