Índios Zoró coletaram 70 toneladas de castanha do Brasil no município de Rondolândia

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Foto da manchete: reprodução Agência Brasil

Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio

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A Terra Indígena Zoró, que fica no município de Rondolândia, na região noroeste de Mato Grosso, está comemorando um grande feito.

 

A comunidade formada por cerca de 800 pessoas coletou 70 toneladas de castanha do Brasil em plena floresta amazônica, dando um exemplo de que é possível gerar renda a dezenas de famílias e manter a floresta em pé.

 

E isso em uma das regiões do estado com maior pressão por desmatamento, devido à pecuária extensiva e à extração ilegal de madeira, de acordo com um dossiê elaborado pelo Instituto Socioambiental.

 

Segundo o presidente da Cooperativa de Produção do Povo Indígena Zoró, Ademir Ninija, as 70 toneladas de castanha coletadas pelos Zoró estão avaliadas em mais de meio milhão de reais e a venda está sendo negociada com uma indústria especializada em amêndoas do Rio de Janeiro.

 

"A castanha valorizada possibilitou o aumento de renda das famílias, que passaram a comprar mais alimentos, além de vestimentas e outros utensílios importantes para o dia-dia, como eletrodomésticos, ” contou Ademir.

 

Segundo a Cooperativa, a renda de um coletor individual de castanhas chega, em média, mil e 900 reais, nos três meses de período da safra, entre dezembro e fevereiro. Já para uma família, essa renda é de quatro mil reais.  

 

Ele conta ainda que devido à forte tradição de seu povo no extrativismo, quase toda a comunidade participa da atividade anualmente, sejam crianças, homens ou mulheres.

 

Mas, para onde vai tanta castanha? É aí que entra o projeto Sentinelas da Floresta, da Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena, que é financiado pelo Programa REM MT.

 

O projeto articulou a venda de mais de 60 toneladas do produto junto a uma empresa do Rio de Janeiro especializada na comercialização da amêndoa. A negociação está na reta final e calcula-se que a venda será no valor de 550 mil reais.

   

Ninija observa ainda que outro aspecto importante do projeto, além da geração de renda, é a preservação e a fiscalização do território.

  

Com alto valor nutritivo e com vários benefícios à saúde, a castanha do Brasil é um dos produtos nacionais mais cobiçados no exterior.

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