Governo do Estado ignorou relatório da UFMT mostrando que obra no Portão do Inferno era inviável

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Foto da manchete: Marcos Vergueiro/Secom-MT

Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina

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Um estudo técnico elaborado por pesquisadores da UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso, já havia alertado que o projeto de retaludamento no Portão do Inferno era inviável, não seria concluído no prazo e poderia causar prejuízos ambientais.

O relatório, publicado oficialmente em 12 de junho de 2024 e encomendado pela Prefeitura de Chapada dos Guimarães, foi ignorado pelo Governo do Estado, que abala com a obra mesmo diante dos alertas.

A previsão dos especialistas é confirmada: após 10 meses de trabalhos e quase 10 milhões de reais investidos, o governo suspendeu a obra com apenas 26% do cronograma executado.

De acordo com o relatório, as medidas alternativas foram menos recomendadas entre as provas, por exigir o uso de explosivos em solo assustador.

A melhor solução apontada foi a construção de um viaduto, descartada por questões econômicas.

Os pesquisadores utilizaram uma base de dados extensa, incluindo registros de penetração desde 2013, inquéritos do Ministério Público e análises de impacto ambiental.

Na semana passada, o Governo de Mato Grosso anunciou que vai substituir o projeto por um túnel.

Embora considerado mais seguro que o corte no paredão, a segunda solução ainda não é a ideal, os técnicos da UFMT.

A nova proposta depende de um anteprojeto e nova licitação, prevista para agosto, mas segue sem prazo definido para início das obras.

Além disso, o Governo de Mato Grosso precisa de nova autorização do Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, para construir um túnel no Portão do Inferno.

As licenças concedidas até agora são exclusivas para a execução da obra de retaludamento.