| Frigoríficos de Mato Grosso podem parar por falta de gado para o abate.mp3 |
Foto da manchete: Arquivo Agência Brasil
Por Jurandir Antonio - voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
Mato Grosso, maior produtor de carne bovina do país, corre o risco de não ter gado suficiente para o abate.
A declaração é do presidente do Sindifrigo, Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Mato Grosso, Paulo Bellincanta.
A arroba do boi, com atraso de anos, atingiu os patamares dos preços internacionais e permanecerá neles.
Este fato exigiu o ajuste no preço da carne para o mercado interno, o que ocorreu de maneira muito rápida em um momento em que a economia sofre com a realidade da pandemia.
“Ao longo de anos, o rebanho brasileiro veio se desgastando com o abate de matrizes e novilhas, redundando neste momento em uma grave diminuição de oferta”, explica Bellincanta.
As 33 indústrias frigoríficas instaladas em Mato Grosso trabalharam em 2020 com apenas 58,57% de capacidade.
No ano de 2018, os frigoríficos mataram cerca de cinco milhões 310 mil animais, arrecadando 297 milhões de reais, saltando no ano de 2020 para 432 milhões, com apenas cinco milhões e 126 mil animais abatidos.
Paulo explica que, “mesmo com a redução no número de abates, a arrecadação aumentou em 45%, em decorrência dos preços maiores. Bons números a serem comemorados, se não fossem os problemas que atingem a indústria no estado”.
A falta da matéria prima traz uma concorrência entre as indústrias com difícil solução no curto prazo.
“Evitar hoje uma quebradeira em cadeia dominó é mais que uma opção, é uma urgência inteligente de quem quer que o setor não tenha prejuízos irreversíveis”, alerta Bellincanta.
A indústria frigorífica emprega hoje no estado 25 mil 560 colaboradores diretos e movimenta um número incontável de atividades paralelas. Algumas cidades no interior têm no frigorífico sua maior renda e emprego, girando em torno dele comunidades inteiras.