Exportações de feijão disparam e colocam o Brasil entre os três maiores produtores mundiais

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Foto da manchete: Rodrigo Prates

Por Jurandir Antonio – Voz: Ana Rosa Lima

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O Brasil encerrou o primeiro semestre de 2025 com uma performance surpreendente nas exportações de feijão.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, o país embarcou 137 mil toneladas do grão entre janeiro e junho, o que representa um salto de 89% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse crescimento expressivo ocorre em meio a um cenário doméstico de queda nos preços, avanço da colheita e excesso de oferta, refletindo os contrastes de uma cadeia produtiva que busca se consolidar no mercado internacional, mas ainda enfrenta desafios estruturais dentro das fronteiras.

Os dados reforçam o protagonismo crescente do Brasil no comércio global de feijão.

O país, que já figura entre os três maiores produtores do mundo, ao lado de Índia e Myanmar, vem ampliando sua presença internacional em meio à demanda aquecida em mercados como Índia, Egito e países africanos.

Apenas em 2024, as exportações brasileiras somaram 217 mil toneladas, um recorde histórico, e a tendência de alta se confirma em 2025.

O avanço das vendas externas também tem impacto na balança comercial: a receita gerada pelo feijão contribui para diversificar as fontes de renda do agronegócio, especialmente entre pequenos e médios produtores.

No entanto, o otimismo no front externo contrasta com o aperto do mercado doméstico.

Além da oscilação de preços, o setor lida com desafios logísticos e estruturais. Diferente de outras commodities com cadeias mais organizadas, a produção de feijão no Brasil é caracterizada pela pulverização de pequenos produtores, muitas vezes com acesso limitado à assistência técnica, crédito ou infraestrutura de armazenagem.