Estudos sobre estoque de carbono podem gerar renda para indígenas de Mato Grosso

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Foto: Assessoria

Por: Jurandir Antônio Voz: Enéas Jacobina

O Projeto Piloto Poço de Carbono Aldeia Belém que integra o Projeto Aldeia Sustentável - A’uwë Uptabi, elaborado pelo Instituto Kurâdomôdo Cultura Sustentável de Cuiabá, está sendo executado em parceria com a Unemat, Universidade do Estado de Mato Grosso.

Estudos sobre a quantidade de carbono em áreas indígenas poderão gerar créditos de carbono que depois de vendidos no mercado mundial e vão garantir renda extra para indígenas.

As pesquisas sobre a quantidade de carbono estocado estão sendo realizadas na Aldeia Belém, Terra Indígena Pimentel Barbosa, do Povo Xavante no leste de Mato Grosso, por pesquisadores do Laboratório de Ecologia Vegetal do Campus da Unemat de Nova Xavantina liderados pelo professor doutor Ben Hur Marimon Junior.

Os estudos, que tiveram início em maio de 2021 e a fase de coleta finalizada em agosto, contribuíram com inventários da vegetação, solos e raízes para cálculo do estoque de carbono em uma área de mil 650 hectares de cerrado, campos inundáveis e florestas de galeria na Terra Indígena.

De acordo com o professor Ben Hur, que é doutor em Ecologia, os resultados preliminares revelaram estoques de carbono na vegetação que poderão gerar renda significativa aos indígenas.

 “Ainda são muito poucos os povos indígenas no Brasil que estão recebendo dividendos por conta do estoque de carbono, justamente pela carência de projetos e estudos como os que estão sendo realizados por meio dessa parceria científica entre o Instituto Kurâdomôdo e a Unemat, Campus de Nova Xavantina, por meio do Programa em Pós-graduação em Ecologia e Conservação”, ressalta Ben Hur.

O projeto tem como objetivo valorizar a floresta em pé, a restauração florestal e a produção sustentável, com uma proposta de redução das emissões de CO2 pelas queimadas.

A atual etapa na Aldeia Belém é um estudo piloto que poderá ser replicado às outras demais 17 aldeias da Terra Indígena Pimentel Barbosa. 

Os pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso, já realizam pesquisas sobre o balanço de carbono, vegetação e mudanças climáticas há mais de 20 anos ao longo de toda a transição Amazônia-Cerrado.

Após a conclusão desses estudos, o Instituto Kurâdomôdo fará a intermediação entre representantes indígenas e empresas de comercialização de carbono.

Ainda não existe nenhuma aldeia Xavante recebendo os recursos, justamente por falta de um projeto completo, como o que está sendo feito, e um agente de intermediação.