Durante audiência pública em Rosário Oeste, pescadores e empresários criticaram o projeto “Cota Zero”

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Jurandir Antonio - Da redação

Numa iniciativa do deputado Wilson Santos, do PSDB, aconteceu, na última sexta-feira, em Rosário Oeste, no Cinema Municipal, uma audiência pública para discutir o polêmico Projeto de Lei, que "dispõe sobre a Política Estadual de Desenvolvimento Sustentável da Pesca", conhecido como “Cota Zero”.

 

Durante cerca de três horas, autoridades públicas, empresários, professores universitários e pescadores protestaram contra o projeto de autoria do Governo do Estado, o denominado Cota Zero que proíbe abate e transporte de peixe nos rios de Mato Grosso pelo período de cinco anos, a partir de janeiro de 2020.

 

Ou seja, será proibido transportar, armazenar ou comercializar qualquer peixe pescado nos rios de Mato Grosso, independente da medida, espécie ou época do ano. Pescar e comer peixe, só no barranco do rio.

 

Representante da Associação dos Lojistas em artigos de pesca, Nilma Silva, afirmou que a implantação do Cota Zero vai ter uma consequência drástica que é impactar negativamente na economia dos municípios do Vale do Rio Cuiabá.

 

Em sua avaliação, nos municípios onde a atividade pesqueira é tradicional e movimenta o comércio, a atividade será esvaziada, prejudicando a classe mais pobre.

 

"São mais de 10 mil pescadores profissionais e 20 mil pequenos empresários, pais de famílias que vivem do comércio de venda de artigos de pesca como iscas, varas, anzóis e produção de minhocas. Geramos mais de 100 mil empregos diretos e indiretos no Estado de Mato Grosso e agora esse governo, de forma autoritária, impõe esse projeto que pela maneira como está vai sacrificar o pobre em favor de grandes produtores de alevinos e de usinas hidrelétricas", protestou a empresária.

 

O professor e ictiológo Francisco de Arruda Machado, conhecido como Chico Peixe, afirmou que já existem estudos claros de que a pesca não é problema para o rio, mas a falta de política de tratamento de esgoto juntamente com efeitos de agrotóxico e desmatamento.

 

O deputado Wilson Santos, que nas últimas semanas viajou até Mato Grosso do Sul e verificou os efeitos negativos do Cota Zero nos municípios mais pobres daquele Estado, enalteceu a participação popular no debate e acredita que a mobilização pode levar o governo do Estado a rever a proposta do Cota Zero.

 

 

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