Desnutrição avança entre brasileiros até 19 anos. Meninos negros são os mais afetados

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Foto da manchete: Agência Brasil

Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio

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A desnutrição entre brasileiros de 19 anos cresceu, no País, entre os anos de 2015 e 2021, afetando de forma mais grave os meninos negros.

De acordo com o Panorama da Obesidade de Crianças e Adolescentes, divulgado pelo Instituto Desiderata, há um crescimento da fome nos últimos anos, levando à desnutrição em todos os grupos etários, de 0 a 19 anos de idade.

De acordo com o levantamento, o índice de desnutrição caiu de 5,2%, em 2015, para 4,8%, em 2018, aumentando a partir daquele ano em todos os grupos etários acompanhados pelo SUS, Sistema Único de Saúde.  

Em 2019, essa taxa subiu para 5,6%, atingindo 5,3%, em 2021.

A desnutrição entre meninos negros, pretos e pardos, entretanto, foi dois pontos percentuais acima do valor observado entre meninos brancos, ampliando a diferença a partir de 2018.

O ápice foi observado em 2019, 7,5%. Em 2020, o percentual foi 7,2% e, em 2021, 7,4%.

Já entre os meninos brancos, a curva foi inversa, com redução do percentual da desnutrição a partir de 2019, quanto atingiu 5,1%, passando para 5%, em 2020, e para 4,9%, em 2021.

Segundo o gestor de Projetos de Obesidade Infantil do Instituto Desiderata, Raphael Barreto, os meninos negros estão sendo mais afetados pela fome, pela desnutrição. Ele explica que isso pode ser atribuído à desigualdade racial e de renda no Brasil, já que a população negra ocupa as camadas mais pobres da sociedade.

Barreto disse ainda que, no placar da má nutrição produzido pela insegurança alimentar, os grupos mais vulneráveis não têm acesso ao mínimo, que são três refeições por dia, e passam por um quadro de fome e desnutrição.

Raphael Barreto chamou a atenção para a redução do consumo de feijão, no Brasil, ano após ano.

Esse grão é considerado um marcador de alimentação saudável, fundamental para a prevenção da anemia por deficiência de ferro. Além disso, possui minerais, vitaminas e proteínas, ajuda a inibir o aparecimento de doenças cardíacas e a diminuir o colesterol.

De 2015 até 2020, o indicador referente ao consumo de feijão tinha valores acima de 80%. Em 2021, entretanto, a taxa diminuiu 30 pontos percentuais em todos os grupos etários de 2 a 19 anos, atingindo a marca de 54,5%.

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