Depois do tarifaço de Trump, governo do Brasil busca mercados alternativos para exportações

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Foto da manchete: Jose Fernando Ogura/AEN

Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina

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Com uma possível entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos agropecuários brasileiros prevista para primeiro de agosto, o governo federal já mapeou os principais mercados de destino que podem absorver parte das exportações impactadas.

Embora negociações diplomáticas com os Estados Unidos estejam em curso, autoridades admitem que o tempo é curto para evitar prejuízos imediatos aos exportadores.

A medida norte-americana afeta diretamente setores como suco de laranja, carne bovina, café, pescados e frutas, itens com forte presença na pauta exportadora brasileira.

A interrupção de embarques destinados ao mercado dos Estados Unidos já é realidade para algumas empresas, que suspenderam o processamento de produtos voltados exclusivamente ao país.

Diante desse cenário, o Ministério da Agricultura e Pecuária intensificou a atuação da equipe internacional para identificar rotas alternativas.

No caso da carne bovina, o foco está em ampliar a habilitação de frigoríficos para exportação ao Vietnã, país que abriu seu mercado recentemente.

A expectativa é conquistar de 30% a 50% da demanda vietnamita, que gira em torno de 300 mil toneladas anuais.

Paralelamente, está prevista para setembro uma auditoria do México que pode resultar na ampliação de 45% no número de plantas habilitadas para exportação de carne brasileira.

Outros mercados também estão no radar. Para o suco de laranja, produto mais afetado pela nova tarifa, as negociações com a China buscam uma equalização tarifária que permita a entrada do produto com menor custo.

Arábia Saudita e países do Oriente Médio também estão entre os potenciais compradores.

Para o café, os esforços se concentram na China e na Austrália, esta última com alto volume de importação, mas baixa participação brasileira.

No caso das frutas, que têm nos Estados Unidos um importante destino, parte das exportações deve ser redirecionada para a Europa e para o mercado asiático.

Com cerca de 90% dos pescados exportados tendo os Estados Unidos como destino, esse setor demanda ainda identificação de novos compradores.