Cerca de 241 mil hectares na Amazônia brasileira estão ocupados por garimpos

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Foto da manchete:  Reprodução Web

Por Jurandir Antônio - Voz: Elaine Coimbra

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Cerca de 241 mil hectares, ou uma área equivalente a duas vezes a cidade de Belém, capital do Pará, é o tamanho das ocupações feitas por garimpos na Amazônia brasileira.

Desse total, 25 mil hectares são áreas que ficam em 17 terras indígenas.

Os dados foram divulgados no último fim de semana, e constam de um estudo feito pelo Ipam, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.  

A pesquisa analisou a atividade mineradora na região ao longo de 37 anos, entre 1985 e 2022.

O maior impacto observado ocorreu de 2016 e 2022, exatamente nas terras indígenas onde o garimpo cresceu 361%.  

A maior parte das atividades mineradoras, que afeta os povos originários da Amazônia começou neste período.

Segundo a pesquisadora Martha Dourado, em algumas terras indígenas o aumento foi muito expressivo. Por exemplo, o território dos Kayapó teve um aumento de 1.339% nesse curto período.

Mas o impacto vai além, quando a análise é feita nos rios que atravessam as reservas, e são afetados pela atividade garimpeira.

De acordo com os pesquisadores, outras 122 terras indígenas foram alcançadas pelas águas dos rios onde o garimpo utiliza substâncias como o mercúrio, somando 139 povos originários, que sentem as consequências de rios assoreados por excesso de sedimentos, da morte de animais e da contaminação da água e da vegetação.