Cenário de queda no preço do milho põe produtores de Mato Grosso em alerta.mp3 |
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Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
A recente queda do preço do milho e as previsões de baixa nas negociações da safra do cereal têm colocado os produtores em alerta em Mato Grosso.
A alta dos custos de produção e a menor demanda pelo produto brasileiro podem ocasionar prejuízos aos agricultores, que devem buscar estratégias de gestão e proteção de preço para minimizar o impacto neste cenário.
Os dados do Imea, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, apontam que o nível de distribuição da produção de milho é de apenas 33,7%, de um total de 46 milhões de toneladas da produção estimada.
Segundo o consultor de commodities, Rafael Grings, este cenário deve deixar os produtores de sobreaviso em relação aos preços de venda do cereal no mercado, para que consigam realizar negócios em que a receita seja capaz de cobrir os custos de produção e compromissos financeiros e evitar prejuízos.
O custo médio de produção do milho da safra 22/23 foi de quatro mil e 500 reais por hectare em Mato Grosso, segundo o Imea.
Já o preço da venda do cereal está em 45 reais a saca. No cenário atual, considerando uma produção média de 110 sacas por hectare, a receita seria de quatro mil 950 reais por hectare.
Porém, deduzido o custo de produção, restaria uma margem de receita líquida de apenas 450 reais, segundo Grings.
De acordo com o consultor, nos últimos anos, a produção de milho em Mato Grosso tem sido uma das atividades mais rentáveis para os produtores rurais do estado. No entanto, as projeções não são otimistas. Ele explicou que é importante que os produtores rurais busquem estratégias a fim de minimizar o risco de prejuízo na safra de milho de 2023.
Outro cenário preocupante, segundo Grings, é se o movimento de baixa no preço se intensificar a ponto de a saca do milho ser comercializada a 40 reais.
Neste caso, em uma perspectiva de produção média de 110 sacas por hectare, o produtor rural teria um prejuízo de 100 reais por hectare, o que impactaria diretamente no volume da produção a ser negociada, com reflexos futuros na safra 23/24, especialmente nos casos dos produtores que possuem financiamento junto às instituições financeiras.