Blairo Maggi “abre a caixa de ferramenta” e diz que governo Bolsonaro pode enterrar o agronegócio brasileiro

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Da redação: Jurandir Antonio - Voz: Vinícius Antônio

Um dos maiores produtores do mundo, o ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fez duras críticas ao que classificou como “discurso agressivo” do presidente Jair Bolsonaro na área ambiental.

 

Afastado da política desde o ano passado, com o fim da gestão do presidente Michel Temer, Maggi chegou a ser cotado para permanecer no comando do Ministério da Agricultura, por causa da sua atuação na pasta, considerada eficiente.

Em entrevista ao Jornal Valor Econômico, Maggi avaliou que se o Governo Bolsonaro não for contido, o agronegócio brasileiro vai voltar à “estaca zero”.

 

Segundo o ex-ministro, o discurso "agressivo" do governo Jair Bolsonaro na área ambiental tem combustível suficiente para cancelar o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, anunciado em 28 de junho.

Blairo disse ainda que a "confusão" que a retórica de Bolsonaro e sua equipe vêm disseminando na comunidade internacional, se não for contida, levarão o agronegócio brasileiro à "estaca zero", após anos de esforço para imprimir o ambiente como marca dos alimentos vendidos no mercado externo.

Na avaliação de Blairo a insatisfação do bloco europeu com o Brasil neste momento, sobretudo da França, é muito grande.


"Temos uma relação muito complicada com a Europa e podemos ter mais fechamentos de mercado. Para criarem mais mecanismos para dificultar a entrada de carne de frango ou outros produtos do Brasil, é dois tempos", admitiu Maggi.

 

O ex-ministro entende que o governo está com um discurso agressivo, mas não tomou nenhuma atitude até o momento. Não apresentou nada de concreto.

 "Estamos pagando um preço muito alto e acho que teremos problemas sérios. E como exportador te digo: as coisas estão apertando cada vez mais", acrescentou o mega produtor.

Blairo Maggi foi eleitor de Bolsonaro e chegou a ser cogitado para permanecer no Ministério da Agricultura no novo governo, mas foi descartado após declarar que era contrário à fusão dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente.

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