Xingu fecha primeiro semestre com as piores taxas de desmatamento em três anos.mp3 |
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Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
A Bacia do Xingu apresentou as piores taxas de desmatamento para um primeiro semestre dos últimos três anos.
É o que aponta um levantamento feito pela Rede Xingu +.
O novo recorde de destruição atingiu uma área equivalente a duas vezes o município de Recife, capital de Pernambuco, ou mais de 92 mil hectares de floresta.
Em maio e junho, o aumento foi de 35% em relação ao mesmo período do ano passado e confirmam um cenário catastrófico para 2021.
"É alarmante que, num momento em que todos os governos negociam a redução de emissões, o desmatamento aumente indiscriminadamente no Brasil sem que as autoridades façam nada para impedir", afirma a pesquisadora do ISA, Instituto Socioambiental, Thaise Rodrigues.
A maior parte do desmatamento aconteceu na porção paraense, ou seja, 76%, da bacia, que cruza os estados do Pará e Mato Grosso.
O mais preocupante é que o crescimento aconteceu sobretudo no interior das Terras Indígenas da região, onde qualquer desmatamento é ilegal.
A maior parte desse desmatamento é consequência das atividades de grileiros, que derrubam a floresta para abrir fazendas e se apropriarem indevidamente de terras públicas. A mineração também é responsável por grande parte da destruição.
Em Mato Grosso, Peixoto de Azevedo foi o município que mais desmatou com dois mil 305 hectares de desmatamento ilegal.
A maior parte dos mais de dois mil e 100 hectares aconteceu em duas grandes áreas vizinhas, próximas ao limite sul da Terra Indígena Menkragnoti.
Ao todo, foram quase 11 mil hectares derrubados em todo o Estado entre maio e junho.
Em 2015, o Governo de Mato Grosso tinha se comprometido a zerar o desmatamento ilegal até 2020 na Convenção do Clima em Paris, a COP-21.
O Estado inclusive captou recursos com base nessas metas que, como mostra o boletim da Rede Xingu +, não foram cumpridas.