10 Rede pública registra 45 mil internações por envenenamento em 10 anos.mp3 |
Nathália Maciel* - Estagiária da Rádio Nacional
Edição: Bianca Paiva / Patrícia Serrão
Tomaz Silva/Agência Brasil
A rede pública do país recebeu, ao longo dos últimos 10 anos, mais de 45.500 casos de emergência por envenenamento que precisaram de internação. Os dados divulgados nesta segunda-feira, dia 08, pela Abramede, Associação Brasileira de Medicina de Emergência, mostram ainda que a cada duas horas é contabilizado um caso de envenenamento.
Em relação aos tipos de intoxicação, além dos casos acidentais ou indeterminados, mais de 3.400 pessoas internadas pelo SUS, Sistema Único de Saúde, sofreram envenenamento proposital causado por outras pessoas.
A coordenadora do Comitê de Toxicologia da Abramede, Juliana Sartorelo, explica que o número de envenenamentos provocados por terceiros pode ser controlado por meio da fiscalização de produtos tóxicos ilegais.
“Medidas que eu acredito que deveriam ser adotadas desde já, seria um aumento da fiscalização nas fronteiras do país a fim de coibir a entrada desses produtos tóxicos ilegalmente e também aumentar a fiscalização e apreensão desses produtos clandestinos. Além disso, a criação de uma estratégia de maior restrição à compra dessas substâncias sabidamente tóxicas que são legais no país, inclusive proibindo o acesso a elas no comércio não especializado”.
A região Sudeste foi a que mais registrou casos de envenenamento proposital causado por terceiros, foram mais de 1.500. Já o Sul registrou 551; o Nordeste 492; seguido pelo Centro-Oeste com 470; e o Norte 435 casos.
Conforme os dados, mais de 6.400 intoxicações foram causadas por drogas, medicamentos e substâncias biológicas não especificadas; cerca de 6.500 por produtos químicos não especificados; e mais de 5 mil por substâncias químicas nocivas não especificadas.
O levantamento mapeou ainda as principais causas identificadas em episódios acidentais de envenenamento. A maioria, 2.225, ocorreu por exposição a analgésicos e a medicamentos para aliviar dor, febre e inflamação.
Em relação ao perfil das vítimas, a maioria dos casos envolve homens: 23.796 registros. Já no recorte por idade, são adultos entre 20 anos e 29 anos, com 7.313 ocorrências.
*Com informações da Agência Brasil e supervisão de Bianca Paiva