Novas imagens desmontam tese de "legítima defesa” apresentada por vereador que matou Japão

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Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio

Texto do áudio:

A morte do agente socioeducativo, Alexandre Miyagawa, o Japão, de 41 anos, no começo da noite da última sexta-feira, em Cuiabá, continua gerando muita comoção e grande repercussão no meio político e policial da capital.

Alexandre foi assassinado pelo vereador Tenente Coronel Marcos Paccola, do Republicanos, que atirou e matou o agente numa rua do bairro Duque de Caxias.

Inicialmente Paccola alegou que reagiu a uma agressão. Segundo a versão do vereador, o agente estaria agredindo a esposa e apontando uma arma para ela.

Paccola disse que pediu para Alexandre baixar a arma e parar com a agressão, quando Japão atirou em sua direção.

Neste momento, o vereador disse que sacou a arma e atirou contra o rapaz, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Mas, novas imagens de câmeras de segurança desmontam a tese de legítima defesa apresentada pelo vereador.

Elas registraram o momento exato em que Paccola atira em Alexandre Miyagawa.  No vídeo é possível ver que o agente estava de costas quando foi baleado e morto pelo vereador.

As imagens mostram que em nenhum momento Japão aponta a arma para sua esposa, fato narrado pelo vereador Paccola. É possível ver que ele tenta afastar a mulher Janaína que parece estar muito alterada e discute com outras pessoas.

Em seguida, quando eles estão indo embora, o vereador corre e dispara contra as costas de Alexandre, e um de seus assessores corre para chutar a arma de perto.

O fato é que com esse novo vídeo as alegações do vereador começam a ser desmentidas, uma vez que Japão foi alvejado sem representar perigo para Paccola.

Diante da situação, a vereadora Edna Sampaio, do PT, protocolou nesta segunda-feira, na Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, pedido para afastamento imediato do vereador Tenente Coronel Paccola.

Além disso, Edna apresentou um pedido de cassação do mandato do vereador por quebra de decoro.

Paccola é militar da reserva, e defensor das ideias do presidente Jair Bolsonaro de que todas as pessoas tenham direito de portar armas.

Na opinião da vereadora Edna Sampaio, Paccola foi vítima de suas próprias ideias e, pior, matou um servidor público que, como ele, era policial e também tinha porte legal de arma.

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