Nova etapa da Lava Jato investiga pagamento de propinas na Petrobras

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Por Raquel Júnia - Rio de Janeiro

Mais uma etapa da Lava Jato no Rio cumpriu nesta quinta-feira (26) dois mandados de busca e apreensão contra um ex-funcionário da Petrobras. Segundo a Polícia Federal, a Operação Sem Limites V dá continuidade às investigações sobre os crimes cometidos na Diretoria de Abastecimento da companhia. Os mandados foram cumpridos em endereços de dois municípios fluminenses: Angra dos Reis, na Costa Verde, e Araruama, na Região dos Lagos.

Segundo a Polícia Federal, o alvo dos mandados já havia sido investigado na 57ª fase da Lava Jato, mas com o andamento das apurações, essa nova ação foi necessária para buscar mais provas. 

A Operação Sem Limites investiga a negociação de combustível marítimo entre a Petrobrás e companhias estrangeiras. Um acordo de colaboração premiada firmada com um dos executivos ligados a uma dessas empresas teria esclarecido a participação do acusado. Segundo os relatos desse colaborador, ele teria recebido cerca de US$ 2,2 milhões entre 2009 e 2015 para favorecer uma das empresas estrangeiras nessas negociações, e teria também repassado parte da propina a outros integrantes do esquema.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, existem indícios de que outras empresas estrangeiras também teriam pago vantagens indevidas ao ex-agente público relacionadas a operações de compra e venda de combustíveis marítimos. A Polícia Federal afirmou que segue nas investigações para identificar e responsabilizar os suspeitos de atentarem contra a estatal que foi vítima de articulações criminosas.

Os mandados da Operação Sem Limites V foram expedidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba. Os investigados responderão pela prática, dentre outros, dos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro.

Em nota, a  Petrobras informou que trabalha em estreita colaboração com as autoridades que conduzem a Operação Lava Jato, e reforçou que a companhia é reconhecida pelo próprio Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal como vítima dos crimes desvendados. A empresa disse que está colaborando inclusive em relação aos fatos investigados na Operação desta quinta-feira, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 18 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais.

Edição: Ana Pimenta

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