Mato Grosso foi o terceiro estado que mais registrou armas de fogo em 2019

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Jurandir Antonio - Voz: Vinícius Antônio

 

O Brasil bateu recorde de novas armas de fogo registradas em um único ano. Foram 44 mil 181 entre janeiro e novembro de 2019, alta de 24% em relação a 2018.

 

É o maior número de autorizações para posse, isto é, para ter uma arma em casa, concedidas pela Polícia Federal desde 2010, segundo estatísticas inéditas obtidas com base na Lei de Acesso à Informação.

 

O levantamento diz respeito apenas a registros para pessoas físicas, excluindo, por exemplo, aquisições de órgãos públicos e empresas de segurança e também dos colecionadores, atiradores e caçadores, cujo registro é feito pelo Exército.

 

Mesmo sem os dados referentes a dezembro, o país vendeu cinco armas por hora a cidadãos comuns em 2019, maior média do que em todos os outros períodos analisados.

 

Em 2019, os maiores crescimentos percentuais de aquisições de armas em relação ao ano anterior ocorreram em Tocantins, com 645%, Mato Grosso do Sul, 241%, e Mato Grosso, com aumento de 219%.

 

Em Mato Grosso foram mil 937 registros.

 

Facilitar o acesso da população a revólveres e pistolas foi uma promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro. Desde que assumiu, Bolsonaro editou oito decretos sobre porte e posse de armas.

 

Quatro foram revogados após serem contestados por áreas técnicas do Congresso e pelo Ministério Público Federal, que os consideraram inconstitucionais.

 

Pesquisadores ressaltam que um dos principais riscos do aumento de armas nas mãos de cidadãos comuns é o roubo dos equipamentos, que acabam usados por criminosos.

 

“Os impactos são graves. A gente tem um consenso nas pesquisas de que a arma legal, a tal da arma do cidadão que compra para se defender, é uma arma que migra para o crime. Não é verdade que vai ficar guardada em casa, ela vai ser roubada.

 

Quando fazemos rastreamento de armas usadas no crime, cerca de 40% delas têm essa origem. É a arma que o seu João comprou e foi roubada”, diz Isabel Figueiredo, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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