Líderes do agronegócio condenam as provocações do governo brasileiro contra os chineses

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Jurandir Antonio - Voz: Vinícius Antônio

Líderes do agronegócio brasileiro afirmaram, esta semana, que é preciso ter cautela na forma como o Brasil trata a China, que é o principal comprador de produtos brasileiros. 

É consenso entre os representantes do setor que o momento é de “pacificação” diante das incertezas causadas pela pandemia do coronavírus.

 

Os comentários foram feitos após postagem do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que irritou autoridades chinesas e abalaram a relação diplomática entre o Brasil e a China.  O ministro usou o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, nas redes sociais, para ridicularizar o sotaque dos chineses.

 

“Nossa preocupação é de pacificar e manter as boas relações. Não queremos briga, precisamos dar suporte ao governo para atravessar a crise. Estamos muito preocupados e precisamos de cautela”, afirmou o ex-ministro da Agricultura e deputado federal, Neri Geller, do PP mato-grossense.

 

Segundo Geller, de cada dez sacas de soja produzidas em Mato Grosso, oito tem como destino a China.

O também ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli se disse preocupado.

“Não devemos insultar ninguém. E não podemos misturar comércio com política, precisamos de uma posição mais sadia, mais madura. ”

Outro ex-ministro da Agricultura que condenou as declarações Abraham Weintraub, foi Blairo Maggi.

 

Ele afirmou que “besteiras e conversas desconexas” prejudicam as relações comerciais entre o Brasil e a China.  

 

Maggi lembrou que além de ser o maior comprador de soja, país asiático é o principal importador de carnes bovina, suína e de frango de Mato Grosso. 

 

Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito, declarou que “quando a gente abre um tipo de disputa dessas num momento inadequado, o que a gente espera em troca? ”, questionou o líder ruralista.

“Já temos tantos problemas, não precisa criar mais um. O Brasil não ganha nada com isso, só perde”, disse o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto.

O mal-estar com a China começou antes, quando o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que a China teria escondido informações sobre o início da pandemia do coronavírus. “A culpa é da China e liberdade seria a solução” declarou o deputado.

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