Levantamento do TCE revela que Mato Grosso segue como campeão brasileiro da hanseníase

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Foto da manchete: hiago Bergamasco/TCE-MT

Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti

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Levantamento do TCE, Tribunal de Contas de Mato Grosso, aponta que o estado registrou quatro mil 674 novos casos de hanseníase em 2024, número superior ao do ano anterior e que mantém Mato Grosso na primeira posição em taxa de detecção da doença em todo Brasil.

Diante do cenário, o TCE determinou na última semana, que o Governo do Estado e os municípios elaborem, em até 30 dias, um plano de ação com orçamento definido, metas, prazos, responsáveis e mecanismos de monitoramento para fortalecer as políticas de combate à doença.

O documento também deverá prever articulação interinstitucional e ter execução em até 180 dias.

De acordo com o conselheiro-relator, Guilherme Maluf, o panorama atualizado da hanseníase em Mato Grosso evidencia, de forma inequívoca, que a doença permanece como um relevante e persistente problema de saúde pública no estado, demandando respostas integradas e contínuas.

De acordo com o raio-X realizado pelo TCE, a maioria das notificações estão registradas em Cuiabá, Juína, Várzea Grande, Colniza, Castanheira, Sinop, Confresa, Pontes e Lacerda, Lucas do Rio Verde e Sorriso. 

O conselheiro, que preside a Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social do Tribunal de Contas, alertou para o perfil epidemiológico da doença.

Segundo ele, a hanseníase está distribuída por todas as faixas etárias, com maior incidência entre adultos de 30 a 59 anos, além da persistência de casos em menores de 15 anos, evidenciando transmissão ativa recente.

Maluf disse ainda que a distribuição dos casos reflete também desigualdades sociais, uma vez que a maior parte dos registros acontece entre pessoas pardas e indivíduos com baixa escolaridade, especialmente aqueles com ensino fundamental incompleto.