| 08 Imea revela que sistema financeiro lidera fontes de financiamento da produção de soja em MT.mp3 |
Foto da manchete: Clara Miranda/Imea
Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti
Texto do áudio
O Imea, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, divulgou a composição do financiamento da soja em Mato Grosso para a safra 2025/2026.
A área estimada é de 13 milhões de hectares. O custo total deve alcançar mais de 54 bilhões de reais.
O sistema financeiro concentra 35,42% dos recursos. As multinacionais, grupo que inclui as tradings, somam 30,74%. O cenário é de crédito mais escasso e caro.
De acordo com o levantamento “Funding Soja 2025”, a retração das revendas é o movimento mais visível na comparação com a safra anterior.
Recuperações judiciais de grandes grupos e exigências mais duras de garantias reduziram a oferta.
Com menos limite nesse canal, o produtor migrou para bancos e mercado de capitais.
Pagou mais caro pelo dinheiro e, ainda assim, não cobriu toda a necessidade.
Parte teve de complementar com recursos próprios e venda de ativos.
Segundo o superintendente do Imea, Cleiton Gauer, o recuo das revendas decorre das recuperações judiciais e da maior exigência de garantias; o produtor buscou o sistema financeiro, pagou mais caro e teve de aportar mais capital próprio, inclusive com venda de áreas.
O Imea ressalta que a maior presença de crédito bancário e de capital do próprio produtor não indica melhora de caixa.
O movimento reflete necessidade maior de recursos e restrições no mercado, somadas a juros elevados.
As margens vêm caindo nas últimas safras. A projeção para 2025/26 é de uma das menores dos últimos cinco anos.
A inadimplência registrada no último ano e ao longo de 2025 elevou a avaliação de risco.
As instituições reforçaram garantias e o custo financeiro subiu, mesmo com sinais de melhoria da atividade econômica.
A taxa de juros segue alta e sem indicação clara de queda no curto prazo.
Para o Imea, esse conjunto freia o ciclo de crédito e afeta o cronograma de compras e a gestão de caixa no campo.
Segundo o levantamento, para a próxima safra, o desafio é administrar custo e risco.