Fiocruz vai construir hospital em 40 dias; pesquisa com medicamentos também foi anunciada

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Lígia Souto - EBC

A Fundação Oswaldo Cruz deu início à construção de um hospital de montagem rápida para pacientes graves infectados pelo novo coronavírus.


O Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 será instalado na sede da Instituição, em Manguinhos, na zona norte do Rio, e contará com 200 leitos exclusivos de tratamento intensivo e semi-intensivo.


A nova unidade foi anunciada pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, em coletiva de imprensa realizada nessa sexta-feira e transmitida pelo Youtube. Durante a entrevista, Nísia destacou que a iniciativa é mais uma contribuição no enfrentamento à pandemia no país.


“Nós estamos trabalhando em todas as frentes importantes para essa pandemia. Reforço a importância do trabalho de toda a instituição, mas destaco hoje esse anúncio como fundamental para o momento que requer de toda a sociedade, de uma instituição como a nossa, uma atenção imensa e uma coesão muito grande para que possamos fortalecer o nosso Sistema Único de Saúde e fazer com que haja o menor impacto negativo que conseguirmos para a nossa sociedade”.


A obra para a viabilizar a unidade será feita em duas etapas: o primeiro módulo será entregue em 40 dias, já com 100 leitos. A segunda etapa vai dobrar o número de vagas e deve ficar pronta dentro de dois meses.


Também presente na coletiva, o subsecretário-geral de Saúde do estado do Rio, Roberto Pozzan, comemorou a criação do hospital e alertou que os casos de Covid-19 já estão chegando à rede pública.


“O anúncio da oferta dos leitos, isso é importante para o sistema, principalmente para o SUS. A epidemia está avançando, saindo dos hospitais privados e começando a chegar nos hospitais públicos. A secretaria do estado tem se preparado para esse momento e ser articulando com a Secretaria Municipal de Saúde”.


Além do novo espaço, que será coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, a Fiocruz se prepara para dar início ao ensaio clínico articulado pela Organização Mundial da Saúde. A iniciativa vai investigar a eficácia de quatro tratamentos para a Covid-19, como explica a diretora do Instituto, Valdiléa Veloso.


“Esse estudo tem um desenho um pouco diferente, chamado de adaptativo. É um desenho dinâmico, que permite que sejam feitas análises ao longo da realização do estudo. Nessas análises, o comitê que está recebendo todos os dados verifica: se demonstrou que alguma daquelas drogas já tivemos dados de que ela não funciona, aquele braço do estudo sai”.


O ensaio vai funcionar da seguinte forma: pacientes internados em 18 hospitais de 12 estados do país poderão participar do estudo, que conjuga esforços em todo o mundo para validar medicamentos que possam funcionar no combate à pandemia.

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