Coronavírus avança entre índios da etnia Zoró na divisa de Mato Grosso com Rondônia

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Jurandir Antonio - Voz: Vinícius Antônio

Os cerca de 700 índios que formam a etnia Zoró no município de Rondolândia, na região noroeste de Mato Grosso, divisa com o estado de Rondônia, estão pedindo socorro.

A pandemia do novo coronavírus chegou com tudo às 32 aldeias que formam a terra Zoró. 

Já são mais de 100 índios infectados, sendo que pelo menos um está em uma UTI, Unidade de Tratamento Intensivo, e cinco estão internados na Casa de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, em de Ji Paraná, em Rondônia.

"Todos estão temendo a morte dos parentes, pois os casos já são alarmantes", diz um representante da Associação do Povo Indígena Zoró, ressaltando que a ameaça se estende aos cerca de dois mil e 500 índios vizinhos das etnias Gavião, Arara e Cinta Larga, espalhados entre Mato Grosso e Rondônia.

"As condições gerais de vida dos índios na região, como em todo o Brasil, não são boas, o que nos tornam mais vulneráveis", avalia a Associação.

Líderes do povo Zóro reclamam da falta de testagem da população indígena, o que permitiria a destinação correta de medicamentos preventivos à doença, bem como a urgência de se encaminhar às aldeias uma ambulância em caráter permanente.

As aldeias Zoró estão localizados a percursos entre 150 e 300 quilômetros do primeiro pronto socorro da região, em Ji Paraná.

A unidade hospitalar onde os índios estão sendo acolhidos não conta com estrutura específica para tratamento dos pacientes com a Covid-19. Os contaminados são colocados em um espaço separado apenas por uma enfermaria superlotada com pessoas positivadas.

A Secretaria Especial de Saúde Indígena, também vinculada ao Ministério da Saúde, não dispõe de profissionais para dar cobertura aos trabalhos. Sem o apoio necessário, os profissionais da unidade de saúde precisam dobrar turnos de trabalho. "A situação é dramática", diz uma pessoa ligada ao sistema de saúde da região.

Já a Funai, Fundação Nacional do Índio, tem distribuído cestas básicas para os índios para tentar manter o isolamento.

Por sua vez, a Secretaria de Saúde de Rondolândia está disponibilizando alguns testes rápidos, mas não há quantidade suficiente para um grande número de pessoas.

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