A cada 10 horas uma criança foi estuprada em Mato Grosso no ano passado

Foto da manchete: Agência Brasil

Por Jurandir Antonio 

A cada 10 horas uma criança, com menos de 11 anos, é vítima de estupro em Mato Grosso.

Os dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública apontam que em 2022 foram registrados 870 casos, sendo que em 736 as vítimas eram meninas. 

O delegado da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Clayton Queiroz, explicou que os números reais são ainda piores, já que muitas ocorrências não são notificadas.

Segundo ele, o motivo principal é que o crime sexual é um crime que, em regra, envolve a família, e muitas vezes acaba prevalecendo a lei do silêncio.

A maioria dos casos envolve padrasto ou ‘vôdrasto’, o pai, o tio, um irmão e muitas vezes, com conhecimento da mãe da criança ou de alguém próximo.

A minoria dos casos, não chega a 1%, é causada por um estranho, que é aquela pessoa que não tem nenhum tipo de relacionamento com a criança. 

O delegado lembrou que em muitos casos a própria mãe já foi abusada e, muitas vezes, a família é desestruturada. Ele disse ainda que existem casos em que o abuso é “normalizado” e quando o crime é registrado em uma delegacia, geralmente é porque chegou ao conhecimento de alguém que não concorda com a situação. 

Clayton Queiroz lembrou que pela legislação, uma criança com menos de 14 anos não tem “querer”, nesses casos o desejo dela não conta. Desde um toque inapropriado até o ato sexual, com ou sem uso de violência, é considerado estupro de vulnerável.

O delegado alertou que quando a criança revela para a mãe que está sendo vítima de abuso ou agressão e a mãe não faz nada, silencia, ela também passa a ser autora do crime.

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