| Bolsonarista Nelson Barbudo comemora morte de dom Pedro e revolta deputados na AL.mp3 |
Voz: Vinícius Antônio
Os deputados estaduais Doutor Eugênio, do PSB, Doutor Gimenez, do PV, Valdir Barranco e Lúdio Cabral, ambos do PT, repudiaram as declarações do deputado federal Nelson Barbudo, do PSL de Mato Grosso, ao comentar a morte do bispo emérito de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga.
No último fim de semana, Barbudo disse que Casaldáliga havia “desencarnado direto para o inferno”, e que não respeitava “comunistas”, além de uma série de outras ofensas ao bispo, que morreu, aos 92 anos, no dia oito de agosto.
Sonora: Deputado Nelson Barbudo
“Uma coisa é não concordar com a ideologia do Dom Pedro. É um direito de todos, mas a forma como foi colocada a opinião do deputado agrediu todos nós do Araguaia, agrediu toda a comunidade católica de Mato Grosso e acredito que todos os cristãos se sentiram agredidos pela forma covarde como Barbudo falou.
Esse deputado está em um ostracismo político tão grande que usou desse artifício para ganhar notoriedade. Fica aqui o meu repúdio e a minha indignação como representante do vale do Araguaia,” declarou Doutor Eugênio.
Os parlamentares, agora, querem propor uma moção de repúdio ao deputado federal.
“Dá vontade de vomitar, mas não podemos nos silenciar diante do tamanho da agressão. Pedro Casaldáliga era um símbolo, tinha uma mente que conseguia explicitar as contradições e desigualdade do nosso mundo e não merece ser atacado depois de morto de uma forma tão covarde por um deputado federal”, protestou Lúdio Cabral.
Os parlamentares aprovaram ainda, na Assembleia Legislativa, uma Moção de Repúdio contra ao deputado federal Nelson Barbudo.
“Essa moção de repúdio tem o meu apoio. Precisamos lembrar que não foi tanto o tamanho, mas a qualidade da agressão vinda de um representante de Mato Grosso. Ofendeu toda a comunidade católica. Dom Pedro não merece isso”, completou o Doutor Gimenez.
Casaldáliga ganhou fama internacional pela defesa dos direitos humanos no Brasil. Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, Pedro participou da fundação da Pastoral da Terra e do Conselho Indigenista Missionário.
Conhecido como "bispo do povo", Dom Pedro sofreu ameaças de morte em várias ocasiões, por defender indígenas, trabalhadores rurais e por combater à violência dos conflitos agrários. Além disso, o religioso foi escritor e poeta, autor de diversos livros.
