Alcoolismo-Estudo mostra que grupos de AA só com mulheres apresentam resultados positivos.mp3 |
Foto da manchete: reprodução da Agência Brasil
Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
Uma pesquisa sobre o alcoolismo feminino nos grupos de AA, Alcoólicos Anônimos, mostra que o tratamento das mulheres pode ser mais eficiente quando os encontros dos participantes são realizados apenas com pessoas do sexo feminino.
O estudo é conduzido por pesquisadores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, a USP.
Segundo o autor da pesquisa, o professor Edemilson Campos, as mulheres relataram sentirem-se menos acolhidas e mais expostas nos grupos mistos.
O programa terapêutico do AA se baseia no compartilhamento de experiências e de vivências.
O pesquisador disse que nas reuniões onde elas participam com os homens, muitas vezes elas têm dificuldade para expor questões íntimas, questões mais pessoais, que envolve, por exemplo, a questão da sexualidade ou questões afetivas.
Com isso, muitas delas acabam abandonando o tratamento.
Edemilson Campos destacou que o alcoolismo feminino enfrenta preconceito maior na sociedade do que o masculino.
Segundo ele, a mulher alcoólatra é muito mais estigmatizada, ou seja, mesmo que sofra da mesma doença, ser dependente de álcool para a mulher é mais “desonroso” do que para o homem.
Segundo o último inventário feito pelo AA, em 2018, cerca de 13% dos participantes eram mulheres.