SOJA. Fim do vazio sanitário marca início da safra e clima de incertezas

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Foto da manchete: Divulgação/Bom Futuro

Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina

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O mês de setembro começa com um marco importante para o agronegócio: o fim do período do vazio sanitário da soja em várias regiões produtoras do país.

A partir de agora, lavouras já podem ser plantadas em áreas do Paraná, segundo maior estado produtor da oleaginosa.

A data abre oficialmente a temporada 2025/2026, que promete ser recorde em produção, mas também marcada por cautela nos investimentos e desafios de mercado.

Depois de duas décadas de crescimento acelerado, a nova safra deve registrar o aumento mais discreto de área em 21 anos, estimado em cerca de 1,4%.

O Brasil deve cultivar aproximadamente 48 milhões de hectares.

Mesmo com espaço disponível para expansão, o alto custo de formação de lavouras e a necessidade de preservar margens levaram os agricultores a optar por estratégias mais conservadoras.

O mercado de fertilizantes para soja entrou em setembro praticamente fechado, mas com diferenças regionais.

No Rio Grande do Sul, cerca de 35% da demanda ainda não havia sido comprada, reflexo das dificuldades enfrentadas pelo estado em safras recentes.

A expectativa é de ajustes na adubação: agricultores devem reduzir volumes e aproveitar nutrientes acumulados em anos anteriores.

A comercialização da safra 2025/26 também avança em ritmo lento.

Menos de 20% da produção futura está vendida, quando a média para o período supera 25% e, em alguns anos, chegou a 30%.

A diferença reflete a cautela diante de preços futuros menos atrativos que os atuais.

O fator climático volta a ser determinante. Setembro começa com previsão de calor intenso em boa parte do país, com temperaturas próximas a 40 graus em áreas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste.