Projeção da inflação fica abaixo do teto da meta pela 1ª vez no ano

Gabriel Brum - repórter da Rádio Nacional

Edição: Sâ

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

A expectativa de inflação caiu novamente e ficou abaixo do teto da meta pela primeira vez no ano.

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central, mostrou que analistas do mercado financeiro preveem que o IPCA, que é a taxa oficial de inflação, pode terminar o ano a 4,46%. Na semana passada, a previsão era de 4,55%.

O valor está dentro da faixa de tolerância. O centro da meta é de 3%, com 1,5% de limite para cima ou para baixo.

O economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Cesar Bergo, aponta a queda na energia elétrica, a desvalorização do dólar e a redução nos preços dos alimentos como fatores que explicam a previsão mais otimista do mercado.

Para Cesar Bergo, com a queda da inflação, aumenta a expectativa para redução na taxa básica juros, a Selic.

"Hoje a taxa de juros é o maior gargalo para a atividade econômica, porque encarece o crédito para as empresas e cria sérias dificuldades para o orçamento das famílias, uma vez que você tem a inadimplência aumentando e isso faz com que o consumo caia. Então, acredito eu que, com essa perspectiva de melhora de cenário para 2026, a economia vai realmente apresentar uma atividade econômica mais consistente".

O economista Pablo Damasceno Reis, do Conselho Regional de Economia do Pará, também espera um corte na atual taxa de juros depois da virada de ano. Ele afirma que o alto patamar da atual contribui para queda da inflação, mas é preciso pensar em outras faces da economia.

"Na minha opinião o corte já deveria ter acontecido. Muito Provavelmente deve acontecer na virada do ano. De fato, a inflação é importante para o equilíbrio das contas e da economia como um todo, porém a economia precisa girar, o mercado precisa aquecer e gerar renda e emprego - e lucro pros empresários, também".

As outras previsões do Boletim Focus para 2025 são: crescimento econômico de 2,16% este ano; dólar a R$ 5,40; e a taxa básica de juros em 15% ao ano.