*Luciana Oliveira Pereira
Tudo no Universo é energia e, apesar da densidade de nossos corpos, também somos energia, apenas em forma condensada. Como seres energéticos, vivemos imersos em frequências e, assim como ocorre com as rádios, estamos constantemente sintonizando com aquilo — ou aqueles — com os quais nos identificamos e que vibram como nós. Ter consciência disso é fundamental para que sejamos mais autônomos e independentes.
Quando nossos pensamentos e sentimentos são negativos — mágoa, ressentimento, vingança, raiva e outros padrões de frequência baixa —, acabamos “sintonizando” com consciências na mesma vibração, que se tornam verdadeiros “hospedeiros” de nossas energias, já que delas se alimentam. É assim que se abre a porta para processos de influenciação espiritual, que podem variar de uma simples sugestão de ideia a tratamentos difíceis e prolongados.
Mas por que isso acontece?
Porque, como seres espirituais, estabelecemos contato de longo curso com consciências em desequilíbrio, que são atraídas por nós mesmos quando mantemos sentimentos e sensações de baixo teor vibratório. Isso acontece o tempo todo e é natural em nosso mundo.
Além disso, vivemos um período de transição planetária. A Terra está em processo contínuo de mudança vibracional, e as consciências que insistem em permanecer em vibrações densas buscam — e fomentam — que outras pessoas se mantenham na mesma sintonia.
Situações comuns ilustram bem esse fenômeno: uma irritação desproporcional que surge repentinamente; a vontade súbita de brigar; uma tristeza sem motivo aparente; um pensamento de vingança que aparece do nada; medos ou dúvidas que, depois de algum tempo, percebemos que não faziam sentido.
Fragilidade emocional intensa, desânimo, solidão profunda, sensação de abandono e apatia também podem ser “sintomas” de influenciação. Quando persistem, podem levar a doenças físicas ou emocionais de difícil solução.
Muitas vezes acreditamos que tudo isso é puramente nosso. E pode até ser. Mas é necessário considerar que grande parte dessas ideias é soprada por consciências em desequilíbrio, atraídas por “afinidade moral”.
Quando entendemos que nunca estamos sozinhos e que, como ímãs, atraímos e somos atraídos por aqueles com quem mantemos afinidade energética, percebemos a importância de cultivar novas posturas e nos observar com mais profundidade. Esse movimento é parte essencial do processo de autoconhecimento.
Se não sabemos quem somos, quais são nossas inclinações, vícios, fragilidades e virtudes, acabamos acolhendo pensamentos que não são nossos — e isso influencia nossas emoções e, sobretudo, nossas ações.
Tornamo-nos, assim, joguetes de influências externas, vulneráveis às sugestões de seres que vibram em sintonia com nossas imperfeições. Por isso, alertamos para o exercício do autoconhecimento como ferramenta indispensável de crescimento.
Quando me conheço, sei identificar o que pertence à minha natureza e o que vem de fora. O autoconhecimento é uma investigação contínua, um processo de auto-observação e reflexão, uma jornada para descobrir nossa verdadeira essência e aprender a viver de acordo com ela.
Ao identificar características próprias — habilidades, vulnerabilidades, sentimentos e pensamentos que alimentamos — iniciamos uma reforma íntima de dentro para fora, afastando companhias e energias negativas. Esse conhecimento é fundamental para o desenvolvimento integral do ser, trazendo autoconfiança, inteligência emocional, autonomia nas decisões e uma vida mais autêntica e plena.
Com o tempo, o autoconhecimento funciona como um filtro. Diante de um pensamento, pergunte-se: isso está em sintonia com meus valores? Isso me aproxima do que é bom e justo?
É importante persistir. Nesse processo, encontramos aspectos em nós que não nos agradam, e aí entram a humildade e a autoaceitação. Somos seres em evolução — não estamos prontos, estamos nos reeducando e nos melhorando a cada existência. Ainda temos falhas, e tudo bem: estamos trabalhando para mudar esse quadro.
Outro ponto fundamental é a manutenção da fé, que alimenta a coragem e a força para continuar mesmo quando tudo se torna difícil. Podemos acreditar que somos capazes de superar nossas imperfeições e encontrar paz.
Com fé, coragem e empenho, nos superamos, nos melhoramos como pessoas e elevamos nossa vibração energética, deixando para trás as más companhias que, às vezes, carregamos por tanto tempo.
Lembremos ainda da importância da oração sincera, que nos coloca em sintonia com consciências mais elevadas. E que busquemos sempre realizar o melhor ao nosso alcance, onde estivermos. Como disse uma vez o saudoso Chico Xavier: “O bem que praticares em algum lugar, é o teu advogado em toda parte”.
Se existem consciências que nos influenciam, que saibamos cultivar aquelas que nos elevam, fortalecem e aproximam de Deus. Afinal, somos nós que escolhemos a sintonia.
Que possamos assumir o compromisso de nos conhecer, reformar nossas tendências e nos aproximar cada vez mais da luz que somos — seres divinos criados para o bem e para a paz — e que, pelo esforço, possamos ser colaboradores conscientes de um novo mundo, de uma nova era para o bem da humanidade, começando a nós a nos melhorar.
*Luciana Oliveira Pereira é Jornalista e Terapeuta Reiki