Produtores utilizam a técnica da “Muvuca” para recuperar áreas de vegetação nativa degradadas

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Foto da manchete: Agência Brasil

Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio

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Produtores utilizam a técnica da “Muvuca” para recuperar áreas de vegetação nativa degradadas.

No dicionário, muvuca é definida como bagunça, confusão, tumulto. Para o meio ambiente, significa restauração.

A técnica de semeadura direta com mistura de sementes é adotada para recuperar áreas de vegetação nativa degradadas.

A bióloga, Artemizia Mota, que trabalha com recuperação dessas áreas há 23 anos, explica que ‘Muvuca’ é uma mistura de sementes e foi batizada assim porque é uma mistura de tudo. E a eficácia é incontestável.

O caminho da semente até chegar à Muvuca é longo. Começa na coleta, passa por beneficiamento, vai para a Casa das Sementes, depois é comercializada e distribuída.

A etapa final dessa cadeia é a semente no chão, numa terra previamente preparada para plantio. Localizada em Querência, na região do Araguaia, a Fazenda Tanguro, da AMAGGI, é uma das propriedades em que a técnica foi aplicada.

Foram sete hectares e meio em 2018 e outros 17 hectares e meio em novembro de 2022, quando foi feito o plantio de cerca de 60 espécies, entre elas caju, pequi, baru, aroeira, angico, jenipapo, ipês e jatobá.

E, neste mês, foi a vez da fazenda 7 Lagoas, em Diamantino, receber as sementes da Muvuca.

Segundo a técnica em restauração ecológica do Instituto Socioambiental, Lara Aranha da Costa, uma das entidades que integra o projeto, por meio da Muvuca são plantados entre 60 e 70 quilos de sementes por hectare. Mas isso depende da área: se estiver muito degradada, a quantidade aumenta.

Além do impacto ambiental, a Muvuca é uma ferramenta poderosa de geração de renda para povos originários e comunidades tradicionais.

Somente a Rede de Sementes do Xingu, associação de base comunitária que organiza os grupos coletores e fornece sementes para projetos de restauração, tem aproximadamente 600 coletores. Isso inclui indígenas de seis povos, sendo cinco do Xingu e o povo Xavante de dois territórios. E 80% são mulheres.

O trabalho da Rede de Sementes do Xingu é sob demanda e consiste na coleta de sementes nativas de 120 espécies, em territórios urbano e rural, a fim de restaurar áreas do Cerrado e da Amazônia.

Depois de coletada, a semente passa por beneficiamento e é distribuída nas chamadas Casas de Sementes. Ao todo, são três centrais em Canarana, Porto Alegre do Norte e Nova Xavantina.

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