PISCICULTURA. Cidade no nortão de Mato Grosso é destaque na produção de peixes

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Foto da manchete: Hubner Lima / HD Mídia Produções

Por Jurandir Antonio – Voz: Eneas Jacobina

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A cidade de Paranaíta, que fica no norte de Mato Grosso, vive uma expansão silenciosa e acelerada no setor de piscicultura. 

Com pouco mais de 12 mil habitantes, o município alcançou cerca de 928 toneladas de peixes ao ano e ocupa o 14º lugar no ranking estadual, segundo dados da Sedec, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico. 

O Brasil registrou 904 mil toneladas de pescado em 2024, enquanto Mato Grosso aparece entre os dez maiores produtores, com quase 42 mil toneladas, consolidando o estado na rota da piscicultura de água doce. 

Esse salto aconteceu graças a um movimento conjunto que reúne Prefeitura de Paranaíta, pequenos produtores e o Sebrae, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso, que há cinco anos trabalha na organização e profissionalização da atividade no município. 

Até 2018, a piscicultura em Paranaíta era uma atividade tímida. Havia tanques isolados, geralmente destinados apenas para consumo familiar. 

Poucos produtores comercializavam e, na agricultura familiar, nenhum fornecia para frigoríficos.
A virada começou quando o Sebrae iniciou um processo de organização produtiva com apenas nove produtores, que somavam 107 toneladas de peixe por ano.

Hoje, cerca de 70 produtores são atendidos e respondem por 1/3 da produção anual do município.
O engenheiro de pesca e consultor do Sebrae Mato Grosso, Jailson Baumgartner, lembrou que muitos achavam que bastava colocar o peixe na água, mas isso mudou quando reorganizaram a atividade. 

O consultor explicou que o Sebrae ajudou a reorganizar o custo de produção, manejo, qualidade da água e densidade de peixes. Além disso, com a redução de 50% no preço da ração, a atividade se tornou viável e os produtores começaram a acreditar de verdade.

Segundo Jailson, a queda no valor da ração aconteceu com à intermediação do Sebrae e o apoio da prefeitura, que disponibilizou caminhão para buscar o produto direto da fábrica.

A partir dessa estruturação, de acordo com ele, a cadeia produtiva passou a contar com preparo adequado dos tanques, acompanhamento mensal, biometria, análises de água, manejo alimentar e orientação na comercialização.