MERCADO INTERNACIONAL. Açúcar enfrenta ano de queda nos preços, mas encerra 2025 em recuperação

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Por Jurandir Antonio – Voz: Eneas Jacobina

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O mercado de açúcar atravessou grande parte de 2025 sob forte pressão baixista, contrariando as expectativas de preços elevados diante da escassez global do produto.

De acordo com dados do Cepea/Esalq, as cotações internas iniciaram o ano em patamares elevados, o indicador atingiu 155 reais por saca de 50 quilos em janeiro.

Com o início da safra 2025/26, em abril, os preços começaram a recuar, chegando a pouco mais de 141 reais a saca no início da moagem e caindo de forma contínua até 105 reais a saca em novembro, o menor valor nominal desde abril de 2021.

Segundo pesquisadores do Cepea, essa desvalorização não decorreu de excesso de oferta.

A disponibilidade do produto permaneceu restrita, especialmente para o açúcar de melhor qualidade, que teve grande parte de sua produção direcionada às exportações.

Entre janeiro e novembro de 2025, o Brasil exportou cerca de 31 milhões de toneladas de açúcar, volume praticamente igual ao do ciclo anterior, mantendo sua participação de aproximadamente 50% no comércio mundial, de acordo com dados do governo federal.

Apesar da manutenção do volume embarcado, a receita foi fortemente impactada pela queda dos preços internacionais.

Porém, após meses de retração, o açúcar começou a mostrar sinais de recuperação no mercado internacional.

Segundo análise da StoneX, os contratos com vencimento em março de 2026 na bolsa de Nova Iorque voltaram a superar níveis considerados relevantes.

Além disso, a valorização do dólar, que voltou a superar os cinco reais e 40 centavos, aumentou a atratividade das cotações externas quando convertidas para o mercado brasileiro.

Já no mercado de combustíveis, o etanol segue em trajetória de valorização e se mostra cada vez mais competitivo frente à gasolina.

Em São Paulo, por exemplo, a paridade nas bombas já supera 69%, indicando um cenário mais favorável ao biocombustível.