Dez municípios mato-grossenses lideram a exploração ilegal de madeira. Aripuanã é o campeão da devastação

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Foto da manchete: Rede Simex/ICV

Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina

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Dez municípios de Mato Grosso concentram 72% de toda a exploração ilegal de madeira no estado.

A informação consta em mapeamento do Simex, Sistema de Monitoramento de Exploração Madeireira, que analisou dados de agosto de 2022 a julho de 2023.

A Rede Simex é composta pelo ICV, Instituto Centro de Vida, Imazon, Imaflora e Idesam.

Aripuanã é o responsável por 19,4% de toda a exploração ilegal de madeira, seguido por Nova Maringá, com 12,9%, Colniza, 9,5%, e Juara, 7%.

De acordo com o coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV, Instituto Centro de Vida, Vinicius Silgueiro, a maior parte da exploração, 64%, aconteceu  em imóveis rurais privados cadastrados na Sema, Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

Silgueiro destacou que os dados mostram que ainda existem gargalos a serem superados e mais esforço a ser investido para o monitoramento e fiscalização da atividade madeireira no estado.

O coordenador do ICV lembrou que a exploração ilegal provoca prejuízos econômicos e degradação florestal, que levam a perda de biodiversidade e do próprio potencial madeireiro, além do aumento da emissão de gases de efeito estufa.

O mapeamento destacou que 219 mil hectares de florestas nativas foram explorados para fins madeireiros no Estado.

Desse total, 78%, ou seja, 170 mil hectares, foram realizados de forma legal, com autorização válida e dentro da área autorizada.

Já no que diz respeito à exploração ilegal, as áreas identificadas somaram 48 mil hectares.

A prática foi identificada em 230 imóveis, sendo que apenas 20 deles representam 1/3 da ilegalidade nessa categoria.

A exploração ilegal de madeira nesse período também afetou Terras Indígenas.

Ao todo, foram mais de 11 mil hectares registrados em 13 territórios. Os mais afetados foram as Terras Indígenas Arara do Rio Branco, Aripuanã e Parque do Xingu.