| 08 Com alta de 13,4% na área plantada, sorgo ganha espaço em Mato Grosso.mp3 |
Foto da manchete: Flavio Tardin/Embrapa
Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti
Texto do áudio
Segundo dados da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, o sorgo vive um dos momentos de maior expansão em Mato Grosso.
Para a safra 2025/2026, a área cultivada está estimada em quase 109 mil hectares, incremento de 13,44% em relação ao ciclo anterior.
A produção segue a mesma tendência, e deve atingir cerca de 388 mil toneladas, alta de 13,46% na comparação anual.
O levantamento feito pelo Imea, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, evidencia a rentabilidade da cultura e sua consolidação como alternativa ao milho.
A maior tolerância à seca, a estabilidade produtiva em janelas tardias e a demanda crescente da pecuária e do setor de biocombustíveis impulsionam a expansão do sorgo e reforçam seu papel na diversificação da safrinha mato-grossense.
Na opinião do Diretor Executivo da Polato, Orlando Henrique Polato, em Mato Grosso, o sorgo pode ser o "novo milho safrinha" diante da necessidade de diminuir riscos.
Influenciada pela crescente demanda por sorgo, a empresa decidiu colocar, pela primeira vez, em mais de 40 anos de mercado, o híbrido no catálogo para a safra 2026.
De acordo com Orlando Henrique, o sorgo está deixando de ser uma cultura alternativa e passou a ocupar um espaço estratégico na segunda safra.
Segundo ele, o avanço se explica pelo baixo custo por hectare, menor exigência de fertilidade e pela evolução tecnológica das sementes.
Polato ressaltou que a comercialização do sorgo também é impactada pelo surgimento de usinas de biocombustíveis, que o utilizam como matéria-prima para produção de etanol em um processo semelhante ao do milho.
Além disso, explica o empresário, é amplamente utilizado como parte da ração para o gado com menor custo.
Na prática, ele observa que a demanda cresceu no Vale do Araguaia, Primavera do Leste, Paranatinga, Rondonópolis, Itiquira e no Vale do Guaporé, além do estado da Bahia.
As regiões foram impactadas pelo atraso no plantio e redução da janela da segunda safra.