| 09 CNI PIB deve crescer 1,8% em 2026, afetado por juros altos.mp3 |
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Reportagem, Paloma Custódio
LOC.: O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deve crescer 1,8% em 2026, segundo o relatório Economia Brasileira 2025-2026, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI. O avanço previsto será impulsionado principalmente pelo setor de serviços, com alta estimada de 1,9%. A indústria deve desacelerar em relação a 2025, com expansão de 1,1%, enquanto a agropecuária deve permanecer praticamente estável.
Segundo o diretor de Economia da CNI, Mario Sergio Telles, a desaceleração em 2026 será resultado direto da manutenção dos juros elevados.
TEC./SONORA: Mario Sergio Telles, diretor de Economia da CNI
“As concessões de crédito para consumo — que em 2024 foi de mais de 10%, esse ano deve ser em torno de 3,6% e o ano que vem será em torno de 3% — está cada vez crescendo menos. Então, esse é um fator que faz com que o crescimento da economia seja menor, porque o consumo cresce menos.”
Áudio (27s)
LOC.: A CNI projeta que a taxa Selic encerrará 2026 em 12%. Mesmo com a queda esperada, Telles ressalta que há uma defasagem entre o início dos cortes e o impacto na economia real, o que deve manter a política monetária como um fator negativo ao longo do próximo ano.
Nesse sentido, o presidente da CNI, Ricardo Alban, defende a eficiência da redução da taxa de juros e a contenção dos efeitos da política monetária.
TEC./SONORA: Ricardo Alban, presidente da CNI
“Eu entendo que os juros são algo que pode ser administrado de forma mais efetiva, com entregas mais imediatas do que as reformas estruturais que nós precisamos fazer. Eu vejo que a política monetária precisa incorporar outras ferramentas para atingir o mesmo objetivo, que é minimizar o efeito da política expansionista.”
Áudio (22s)
LOC.: De acordo com o relatório, a inflação deve fechar 2026 em 4,1%, e os juros reais devem ficar em torno de 7,9%, ainda elevados e capazes de inibir o crescimento econômico e o investimento.