| Aumento do preço da arroba do boi deve impactar no índice da inflação.mp3 |
Foto da manchete: reprodução da internet
Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
O preço do boi gordo no Brasil subiu cerca de 10% em março, acumulando a maior alta mensal desde novembro de 2021 com a reabertura da China para a carne brasileira impulsionando a demanda, o que poderá ter algum impacto na inflação, segundo dados do Cepea, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada e avaliação de especialista da FGV, Fundação Getúlio Vargas.
Com as recentes valorizações, a arroba bovina já é negociada praticamente nos mesmos patamares registrados em meados de fevereiro, antes do embargo da China em função de um caso atípico de “mal da vaca louca” no Pará, segundo relatório do Cepea.
O indicador do boi gordo encerrou fevereiro a 267 reais e 95 centavos a arroba, com queda de 7,2%, após marcar mais cedo no mês passado cerca de 300 reais.
Com a reabertura na semana passada do mercado da China, que compra mais da metade da carne exportada pelo Brasil, o mercado subiu 10,2% em março até o dia 28, para 295 reais e dois centavos.
Essa alta deverá ser repassada para a carne, fortalecendo os preços após uma queda no varejo também na esteira da maior oferta doméstica gerada pelo embargo chinês.
O contrafilé, importante componente da inflação, recuou 2,04% na última divulgação do IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, colaborando para uma desaceleração no segmento de alimentação do indicador. Mas a pausa na alta de preços deve ser curta.
Apesar da retomada de compras pela China, o especialista da FGV não considera que a carne e mesmo outros alimentos possam ser os vilões da inflação em 2023, como aconteceu em anos recentes.
Falando especificamente do curto prazo, ele lembrou que os preços da carne na inflação estão mais comportados também pelo período da quaresma, quando muitos católicos evitam o consumo de cortes bovinos.