| 46% da população brasileira não possui coleta de esgoto em casa.mp3 |
Por Dayana Vítor - Brasília
O professor Reinaldo Sena mora em uma área rural da cidade de Fernando Falcão, no Maranhão. Lá, ele tem água potável nas torneiras, mas não tem rede para tratamento de esgoto.
Assim como Reinaldo, quase 172 milhões de brasileiros tinham água potável saindo das torneiras de suas casas em 2019. Esse número corresponde a quase 84% da população. As regiões Sul e Centro-Oeste apresentam maior índice de cobertura.
Mas apenas 54% do esgoto foi coletado, e 49% do que foi coletado foi efetivamente tratado. Em 2019, 98,8% dos brasileiros possuíam coleta de lixo em casa.
Também no ano passado, foram coletadas mais de 65 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.
Esses dados constam no Diagnóstico de Prestação dos Serviços de Saneamento Básico, do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, apresentado nesta terça-feira pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
As informações para o levantamento foram repassadas por mais de 10,2 mil empresas de água, esgotos, manejo de resíduos sólidos urbanos e drenagem e manejo de águas pluviais de todo o Brasil. Elas atendem à 5.191 municípios.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, considera que o novo marco legal do saneamento pode contribuir para melhorar esses números.
Em 2019, o consumo médio de água no Brasil caiu. Cada habitante gastou 153,9 litros por dia, uma redução de 0,6% em comparação com 2018.
O sistema de distribuição de água teve perdas de 39,3% em todo o ano passado. Esse percentual é 0,8% maior do que o do ano anterior.
Segundo o diagnóstico, cerca de 66% das localidades incluídas na pesquisa não contavam com mapeamento de áreas de risco de inundação dos cursos de água urbanos.
Em 2019, mais de 105 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas em áreas urbanas por causa de inundações. Em 2018, mais de 141 mil pessoas.
