INSEGURANÇA. Novas ameaças de Donald Trump podem atingir em cheio o agronegócio brasileiro

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Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina

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A ameaça de sanções secundárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra países que mantêm comércio com a Rússia preocupa o agronegócio brasileiro.

 A medida pode afetar diretamente o fornecimento de fertilizantes, insumos essenciais para as principais culturas do país.

O Brasil importa cerca de 86% dos fertilizantes sintéticos que utiliza, e aproximadamente um terço desse volume vem da Rússia, principal fornecedora de produtos à base de nitrogênio e potássio, nutrientes vitais para a soja, o milho e outras lavouras estratégicas.

Essa dependência torna o setor agrícola vulnerável a aumentos abruptos de preços e interrupções no abastecimento.

Em algumas regiões, o gasto com fertilizantes chega a representar mais de 20% do custo total de produção agrícola.

Caso as sanções se confirmem e dificultem a importação desses insumos, o preço deve subir, levando produtores a reduzir a aplicação, o que pode comprometer a produtividade das safras e, consequentemente, impactar negativamente as exportações brasileiras.

Para reduzir esses riscos, o agronegócio aposta em três frentes: diversificar fornecedores internacionais, com opções em países como Canadá, Marrocos e algumas regiões do Oriente Médio.

Outra medida é acelerar a produção nacional, especialmente através do Plano Nacional de Fertilizantes e projetos de mineração de potássio no Amazonas; e aprimorar técnicas agrícolas que aumentem a eficiência do uso dos nutrientes, além de fomentar o uso de bioinsumos.

Apesar dos desafios, essa conjuntura representa uma oportunidade para o Brasil reforçar sua autonomia na cadeia de fertilizantes e garantir a competitividade do agronegócio diante das instabilidades do mercado internacional.