IBGE: No Brasil, 51,3% da população vive em uma união conjugal

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Pedro Lacerda - Repórter da Rádio Nacional

Wilson Dias/Agência Brasil

Mais da metade dos brasileiros, com 10 anos ou mais, vivem em uma união conjugal, ou 51,3% da população. Desse total, a parcela de brasileiros que viviam em uma união consensual, em 2022, já supera a proporção de matrimônios religiosos e civis, o que representa quase 39% das uniões conjugais, ou cerca de 35 milhões de pessoas que estão em algum tipo de união estável, mas não formalizaram o casamento.

Essa proporção era de 28,6% nos anos 2000 e de 36,4% em 2010. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, com base no suplemento ‘Nupcialidade e Família’ do Censo 2022.

De acordo com a pesquisadora do IBGE Luciene Barros Longo, o crescimento de uniões consensuais mostra uma mudança comportamental no país.

“O Censo mostra, que a gente tem, proporcionalmente, mais uniões consensuais em comparação com os demais tipos de união. A gente tem 38,9% de uniões consensuais.  São aquelas pessoas que moram sem nenhum tipo de formalização civil ou religiosa. Tudo que não for casamento civil nem religioso, se as pessoas estão juntas, é união consensual. O casamento civil e religioso está perdendo peso ao longo do tempo e as uniões têm crescido.”

A pesquisa do IBGE também mostrou que o número de uniões conjugais entre pessoas do mesmo sexo aumentou 728% no país em 12 anos. No Censo 2010, foram contabilizadas 58 mil, enquanto no de 2022 já eram 480 mil. Essa diferença representa um crescimento de mais de oito vezes. Para a pesquisadora Luciane Barros Longo, esse é crescimento acompanha as transformações da sociedade nos últimos anos.

Primeiro casamento coletivo de parceiros homossexuais do DF, no Dia Mundial do Orgulho Gay, comemorado neste domingo (28), em frente ao Congresso Nacional (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Primeiro casamento coletivo de parceiros homossexuais do DF, no Dia Mundial do Orgulho Gay, comemorado neste domingo (28), em frente ao Congresso Nacional (Antonio Cruz/Agência Brasil) - Antonio Cruz/Agência Brasil

Outro dado importante revelado pelo estudo é o aumento da proporção de famílias de casais sem filhos, que quase dobrou em 22 anos. O Censo 2000 mostrou que a parcela de lares com essa configuração era de quase 15%. Já em 2022, a participação saltou para cerca de 27%.

A pesquisa apresenta ainda um recorte por cor e raça, como explica Luciene Barros.

“O casamento civil e religioso é mais presente para a população branca e amarela, que são as pessoas de descendência oriental, e a união consensual vai ser mais frequente para a população preta, parda e indígena.”

Vale lembrar que o resultado do Censo 2022 começou a ser conhecido em junho de 2023. Desde então, o país conta com informações atualizadas sobre sexo, cor, idade, alfabetização e características de domicílios. Para quem quiser consultar mais informações, o IBGE mantém um site especial com um resumo dos principais destaques: que é o censo2022.ibge.gov.br/panorama.

* Com informações da Agência Brasil