07 Cerca de 50 milhões têm idade para mamografia, mas o acesso ainda é desigual.mp3 |
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Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti
Texto do áudio:
Cerca de 50 milhões de brasileiras estão na idade de realizar a mamografia, exame essencial para o diagnóstico do câncer de mama.
Mesmo com o número robusto, muitas mulheres ainda não realizam o procedimento no tempo certo, especialmente na rede pública.
Esse é o alerta feito pelo médico mastologista e ginecologista Luciano Florisbelo, ao falar sobre os desafios da detecção precoce da doença.
A diferença entre o acesso na rede pública e privada chama atenção.
De acordo com o especialista, a Sociedade Brasileira de Mastologia estima que a média de diagnóstico precoce em consultórios médicos privados e convênios é de 50%.
Já no SUS, Sistema Único de Saúde, esse índice despenca para cerca de 5%.
De acordo com Florisbelo, a maioria dos pacientes da rede pública já chega com tumores maiores, o que complica o tratamento e reduz as chances de cura”.
O médico enfatiza que é preciso enfrentar essa desigualdade com urgência.
O especialista lembrou que o Brasil enfrenta duas realidades. A do SUS e a dos particulares.
O ginecologista explicou que no SUS, muitas vezes, a mulher tem dificuldade até de conseguir uma consulta. Quando consegue, o exame de rotina demora meses.
Segundo ele, no privado é mais rápido. Uma mamografia no particular demora, no máximo, dez dias. Isso faz a diferença.
No sistema público, atualmente, o protocolo estabelece que a mamografia seja feita a partir de 50 anos, a cada dois anos.
No entanto, segundo Luciano Florisbelo essa rotina nem sempre se cumpre na prática. Já na rede privada, o preconizado é que as mulheres realizem o exame a partir dos 40 anos, seguindo uma rotina anual até os 74.
O médico disse ainda que 40% dos casos de câncer de mama no Brasil são revelados em mulheres com menos de 50 anos.