Cerca de 50 milhões têm idade para mamografia, mas o acesso ainda é desigual

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Foto da manchete: Reprodução Web

Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti

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Cerca de 50 milhões de brasileiras estão na idade de realizar a mamografia, exame essencial para o diagnóstico do câncer de mama.

Mesmo com o número robusto, muitas mulheres ainda não realizam o procedimento no tempo certo, especialmente na rede pública.

Esse é o alerta feito pelo médico mastologista e ginecologista Luciano Florisbelo, ao falar sobre os desafios da detecção precoce da doença.

A diferença entre o acesso na rede pública e privada chama atenção.

De acordo com o especialista, a Sociedade Brasileira de Mastologia estima que a média de diagnóstico precoce em consultórios médicos privados e convênios é de 50%.

Já no SUS, Sistema Único de Saúde, esse índice despenca para cerca de 5%.

De acordo com Florisbelo, a maioria dos pacientes da rede pública já chega com tumores maiores, o que complica o tratamento e reduz as chances de cura”.

O médico enfatiza que é preciso enfrentar essa desigualdade com urgência.

O especialista lembrou que o Brasil enfrenta duas realidades. A do SUS e a dos particulares.

O ginecologista explicou que no SUS, muitas vezes, a mulher tem dificuldade até de conseguir uma consulta. Quando consegue, o exame de rotina demora meses.

Segundo ele, no privado é mais rápido. Uma mamografia no particular demora, no máximo, dez dias. Isso faz a diferença.

No sistema público, atualmente, o protocolo estabelece que a mamografia seja feita a partir de 50 anos, a cada dois anos.

No entanto, segundo Luciano Florisbelo essa rotina nem sempre se cumpre na prática. Já na rede privada, o preconizado é que as mulheres realizem o exame a partir dos 40 anos, seguindo uma rotina anual até os 74.

O médico disse ainda que 40% dos casos de câncer de mama no Brasil são revelados em mulheres com menos de 50 anos.