Atuação socioambiental do TRT resulta em saída de catadores de lixão em Alto Araguaia

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Foto da manchete: reprodução Rádio Agência TRT

 

Por Karine Arruda - TRT FM

O trabalho em lixão não é uma tarefa fácil. Além da questão social envolvida, os catadores ainda ficam sujeitos a muitos riscos, como o de pegar alguma doença. Em Alto Araguaia, município do sudeste de Mato Grosso, esse cenário mudou graças à atuação da Justiça do Trabalho. Hoje, os catadores da cidade trabalham em um espaço próprio, com máquinas adequadas e equipamentos de proteção. São trabalhadores como Manuela Maria. A família dela por vinte e dois anos trabalhou no lixão e enfrentou um ambiente difícil e insalubre.

“Foi uma ajuda muito grande porque até mesmo a gente não esperava tanto. A gente pensava que só ia tirar a gente de lá, sem receber nada e hoje em dia nós temos tudo isso, uma bolsa que o prefeito paga. Nós temos o nosso caminhão, nós temos os nossos equipamentos. Recebemos os EPIs também que foram doados pra gente”.

A saída dos catadores dos lixões em Alto Araguaia é resultado direto da atuação do TRT de Mato Grosso na área da sustentabilidade. Em 2018, a unidade de gestão socioambiental do órgão passou a incentivar a criação de cooperativas e associações em municípios do interior. Além da questão social por trás, isso foi feito também como forma de viabilizar a coleta seletiva nos diversos fóruns trabalhistas do estado. A servidora Natalia Pansonato fala sobre os resultados alcançados.

A criação da associação de catadores é importante porque possibilita que os catadores de materiais recicláveis trabalhem de forma mais digna e segura, porque trabalhando no lixão eles ficam expostos a muitos riscos, riscos de trabalho, risco de acidente, riscos de saúde também. Então, nas cooperativas, que são locais com equipamentos de segurança, locais com infraestrutura mais adequada, eles têm mais dignidade e mais segurança”.

O trabalho de sensibilização feito pela área socioambiental do TRT contribuiu para mobilizar a sociedade de Alto Araguaia. A prefeitura local elaborou um projeto de retirada dos catadores dos lixões e de implementação da coleta seletiva na cidade. A Vara do Trabalho do município, em parceria com o Ministério Público do Trabalho, contribuiu destinando 239 mil reais. Os valores, resultado de condenações pelo desrespeito às leis do trabalho, foram usados na compra de um caminhão para coleta, de prensas hidráulicas e de EPIs para os trabalhadores. A juíza do trabalho Karine Rigatto, que atuou em Alto Araguaia no início do projeto, fala sobre isso.

“Esse é um projeto de grande importância para a comunidade local porque com a criação da associação, os valorosos trabalhadores da reciclagem, que sempre prestaram serviço essencial para a construção de um ambiente sustentável, agora podem deixar de trabalhar nas condições degradantes que se vê nos famigerados lixões, podendo trabalhar com dignidade no local seguro com equipamentos de proteção, condições adequadas e passando por cursos de qualificação”.

A juíza Karine Rigatto ainda destaca o impacto social do projeto na vida dos catadores.

“Ver hoje esses trabalhadores sendo retirados do lixão e agora trabalhando em um ambiente digno, é ver se concretizar a cidadania. É a Justiça do Trabalho se fazendo presente e fazendo diferença na sociedade em que se insere.

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